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Estamos em dezembro e a palavra-chave \u00e9 solidariedade.<\/p>\n\n\n\n
Pessoas e grupos se organizam para ajudar pessoas e grupos que vivem em situa\u00e7\u00e3o de risco social, v\u00edtimas da total exclus\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Teria a solidariedade uma \u00e9poca, um tempo determinado?<\/p>\n\n\n\n
O que mais me parece \u00e9 que h\u00e1 predomin\u00e2ncia de um outro sentimento, um tipo de egoismo crist\u00e3o em busca da indulg\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n
A cesta b\u00e1sica de alimentos, as roupas usadas, as marmitas, a sopa, os brinquedos, tudo vira objeto de purga\u00e7\u00e3o, uma catarse coletiva para muitos.<\/p>\n\n\n\n
Os gestos de bondade moment\u00e2nea n\u00e3o s\u00e3o detest\u00e1veis e at\u00e9 ajudam quem necessita. O problema \u00e9 a falta de sentimento pelo outro. Nesse caso, o outro vira ou continua sendo objeto, um instrumento de diminui\u00e7\u00e3o dos meus pecados.<\/p>\n\n\n\n
A solidariedade d\u00e1 lugar \u00e0 hipocrisia e o indiv\u00edduo em d\u00edvida com o Poderoso se sente mais aliviado.<\/p>\n\n\n\n
E a\u00ed nos deparamos com mais um problema: jogar com sua pr\u00f3pria f\u00e9.<\/p>\n\n\n\n
O cr\u00e9dulo se disp\u00f5e a fazer da d\u00e1diva passageira um mimo para seu Deus, como se este fosse tolo ao ponto de se deixar enganar.<\/p>\n\n\n\n
Ora, trata-se de um jogo perigoso, j\u00e1 que o “homi” tudo v\u00ea e tudo sabe.<\/p>\n\n\n\n
Fa\u00e7o esta abordagem n\u00e3o para ferir sentimentos ou suscetibilidades, mas para pedir solidariedade o ano todo, o tempo todo, a vida toda.<\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o precisa transformar o sentimento em objetos materiais. Basta ter respeito pelo outro, olhando-o como ser real, que existe em princ\u00edpios, tem sensibilidade, amor, direitos, valores.<\/p>\n\n\n\n
“Eu n\u00e3o acredito em caridade, eu acredito em solidariedade. Caridade \u00e9 t\u00e3o vertical: vai de cima pra baixo. Solidariedade \u00e9 horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de n\u00f3s tem muito o que aprender com as outras pessoas.”<\/em><\/p>\n\n\n\n Eduardo Galeano<\/em><\/p>\n\n\n\n A solidariedade tamb\u00e9m pode ser expressa na luta por vida digna para todos e todas. Pode estar na luta contra o preconceito, o racismo, a misoginia, a homofobia, a xenofobia.<\/p>\n\n\n\n Viva a solidariedade. N\u00e3o fa\u00e7a desse belo sentimento apenas um momento da vida.<\/p>\n\n\n\n L\u00facio Carril Estamos em dezembro e a palavra-chave \u00e9 solidariedade. Pessoas e grupos se organizam para ajudar pessoas e grupos que vivem em situa\u00e7\u00e3o de risco social, v\u00edtimas da total exclus\u00e3o. Teria a solidariedade uma \u00e9poca, um tempo determinado? O que mais me parece \u00e9 que h\u00e1 predomin\u00e2ncia de um outro sentimento, um tipo de egoismo crist\u00e3o<\/p>\n","protected":false},"author":11,"featured_media":124410,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[728],"tags":[759],"yoast_head":"\n
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