Vivemos num mundo de imposições. A forma de construção social é hierarquizada, presa em células, com valores formados a partir de condutas historicamente moldadas.
É preciso romper com isso todos os dias. É necessário enfrentar os limites impostos e construir outras formas mais abertas de convivência coletiva, que possibilitem o desenvolvimento humano e não seu aprisionamento.
Do jeito que as sociedades foram moldadas não há espaço para a liberdade. E falo de liberdade como possibilidade do pleno desenvolvimento da humanidade e não no canto de sereia do liberalismo.
Se a sociedade é um fato social Durkheimiano não somos obrigados a concordar com seu domínio absoluto. Precisamos romper as barreiras e fazer da dialética uma consciência de avanço do homem, da mulher e de suas humanidades.
É preciso construir uma nova sociedade todos os dias, enfrentando nossos limites impostos e desafiando as formas coletivas dominantes, opressoras e responsáveis por nossa infelicidade.
Fazer revolução não é só mudar as estruturas sociais. É, também, mudar nossas formas de ser e agir. É dialogar com a tolerância e reconhecer a existência do outro. Isto pode ser feito cotidianamente.
Nosso discurso não pode ser para enganar. Temos que fazer dele uma práxis transformadora. Isto só será possível se enfrentarmos os monstros que vivem a impor nossas práticas, nossas ações reprodutoras dos valores impostos.
” Faça o que eu digo e não faça o que eu faço ” não é revolucionário, é simplesmente desonesto, cínico e enganador. É preciso imprimir a dialética nas nossas vidas para iniciar a construção de um outro mundo.
Podemos começar a edificar uma nova sociedade e um novo mundo se nossas ações forem de rompimento diário com a opressão do homem pelo homem e, principalmente, da mulher pelo homem.
Precisamos repensar nosso dia a dia e tratar com respeito nossas crianças, nossos idosos, nossos companheiros e companheiras, nosso meio ambiente, nossos animais, nossas plantas.
Precisamos urgente inaugurar ou fortalecer em nossas vidas o amor, a tolerância, a gratidão e o desejo de um mundo melhor.
Lúcio Carril
Sociólogo