O Instituto Biomédico Butantan do Brasil está em negociações para vender uma vacina COVID-19 fabricada localmente pela Sinovac da China para outros países da América do Sul e da África, já que o governo federal não ordenou mais vacinas.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, disse nesta quarta-feira que o instituto também tem contratos para fornecer a vacina diretamente aos estados brasileiros.
O Butantan está produzindo no estado de São Paulo a granalha desenvolvida pela Sinovac Biotech Ltda (SVA.O) com insumos importados da China, mas pretende concluir uma fábrica para produção 100% local até o início do próximo ano.
No início deste mês, o Butantan fechou contrato para entregar 100 milhões de doses da vacina, conhecida como CoronaVac, ao Ministério da Saúde, sem outro acordo fechado.
O presidente Jair Bolsonaro expressou ceticismo com o que chama de “vacina chinesa”, zombando do governador de São Paulo, João Doria, um rival político, por dados que mostram que a injeção é menos eficaz do que outras na prevenção dos sintomas do COVID-19.
O CoronaVac foi a primeira vacina disponível no Brasil em janeiro, quando o Butantan e o governo do estado de São Paulo se ofereceram para fornecer as vacinas para a administração do Bolsonaro.
O governo federal demorou mais para garantir vacinas alternativas em volumes substanciais, enfrentando críticas por uma implementação de imunização lenta e irregular enquanto o número de mortos disparava.
O Brasil registrou quase 600.000 mortes por COVID-19 no surto mais mortal do mundo fora dos Estados Unidos.
O Ministério da Saúde agora também está recebendo grandes remessas de vacinas da Pfizer Inc (PFE.N) e da Johnson & Johnson (JNJ.N) , com o governo dizendo que priorizará o uso de doses de reforço da Pfizer.
Fonte: Eduardo Simões/ Reuters