Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta para um cenário muito ruim para saúde da mulher em todo o mundo. Por mês, estamos perdendo no estado do Amazonas, 26 mulheres jovens, para um câncer que poderia ser evitado apenas com educação e prevenção e que 69 mil mulheres deixam de fazer a prevenção, segundo levantamento do Instituto Preservando Vidas.
Outro dado assustador mostra que 69 mil mulheres em nosso estado continuam a não realizar a prevenção e ignoram a necessidade de exames anuais básicos, como o preventivo, a ultrassom transvaginal e a ultrassom de mama além de mamografia.
Todo mulher com idade a partir dos 40 anos, deveria fazer esses exames para prevenir esses tipos de cânceres.
PRESERVE A FERTILIDADE E TRATE O CÂNCER
Os diversos tipos de doenças malignas, que têm em comum o crescimento desordenado de células, são denominadas de câncer e estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.
A Organização Mundial de Saúde ( OMS ) vem alertando para a o aumento de casos de câncer e principalmente, para a necessidade de melhorar o acesso a serviços públicos de qualidade ou serviços particular a preços acessíveis.
Isto porque, a recomendação da OMS é que a partir da primeira relação sexual, a mulher faça o preventivo anualmente e a partir dos 40 anos de idade os exames passem a ser obrigatório.
Mas, o grande desafio consiste exatamente em “como” ofertar, a homens e mulheres , o acesso a serviços preventivos de qualidade e a preços acessíveis
No estado do Amazonas, constatou-se que, por ano, 69 mil mulheres deixam de realizar a prevenção, seja com um simples exame colpocitológico ( papanicolau ) ou fazendo uso da vacina para HPV
O que resulta em um número assustador de óbitos, na cidade de Manaus, decorrentes de câncer de colo uterino, que vem atingindo o lamentável número de 26 óbitos por mês, que poderia ser evitado apenas com educação e prevenção.
Vale ressaltar que para se chegar a um estágio de metástase é necessário que a mulher deixe realizar preventivo por um período de cinco a dez anos
Portanto, a prevenção pode evitar muita dor e proporcionar muitas alegrias
Como no caso da oncofertidade que busca preservar a fertilidade de pacientes com câncer que desejem ter filhos após o tratamento quimioterápico ou radioterápico, e assim garantir a realização do sonho da maternidade, para pacientes oncológicos.
Para preservar a fertilidade, a oncofertilidade desenvolve e aplica novas opções, como:
• Criopreservação do tecido ovariano, que consiste na retirada cirúrgica de uma pequena parte do ovário para congelamento. Os folículos ovarianos podem ser maturados em laboratório para formar óvulos maduros.
• Supressão medicamentosa da função ovariana, que consiste na administração de inibidores hormonais por injeção. O objetivo é paralisar o metabolismo das células ovarianas para que elas sejam menos afetadas pela quimioterapia.
• Cirurgia para elevação dos ovários, que pode ser uma opção para pacientes que precisam realizar radioterapia e têm a região pélvica afetada.
E este é o trabalho que o Instituto “Preservando Vidas¨ vem disponibilizando para as mulheres que, ainda que acometidas pelo câncer, alimentam o sonho da maternidade
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) recomendam o encaminhamento de pacientes em idade reprodutiva para um especialista em reprodução o mais cedo possível, antes do início do tratamento oncológico
E o Instituto “Preservando Vidas¨ está pronto para auxiliar essas mulheres na missão da maternidade, apesar do câncer.
DADOS ASSUSTADORES PREVÊM 1.800 NOVOS CASOS
Terceira maior causa de mortes prematuras femininas no país, o câncer do colo do útero feminino é um desafio nacional e, no estado do Amazonas, deve ter mais 1.800 novos casos até 2026, exigindo o fortalecimento da política de vacinação contra a doença e dos diagnósticos precoces.
Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) que projeta para todo país, no mesmo período, 51 mil ocorrências. Números que poderiam ser reduzidos com a adoção de mecanismos de controle, como vacinação e rastreio, mas que esbarram nas desigualdades sociais e regionais no país.
A última Pesquisa Nacional de Saúde revelou que a taxa de rastreamento da doença, causada por alguns tipos Papilomavírus Humano (HPV), é menor em mulheres de baixa escolaridade, pardas e negras. A constatação espelha a desigualdade a que estão sujeitas as mulheres na América Latina e no Caribe, que acumulam 80% das ocorrências nas Américas.
Sensibilização e acesso
A campanha Março Lilás é promovida para dar visibilidade à importância dos exames de rotina que podem identificar alterações causadas pelo HPV e podem evoluir para o câncer. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde, o exame citopatológico, conhecido como exame preventivo.
Identificar lesões precursoras garante a não evolução para o câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que seria possível reduzir entre 60% e 90% das ocorrências aumentando o rastreamento da população feminina para, ao menos, 80% das mulheres.
Por ser uma doença sexualmente transmissível, o uso da camisinha nas relações sexuais é um importante método de prevenção, além da vacina ofertada gratuitamente pelo SUS, que é a tecnologia que garante maior proteção.
A recomendação do imunizante é para jovens entre 9 e 14 anos, além da população imunossuprimida (vivendo com HIV/aids, submetidos a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos), de 15 a 45 anos. Desde 2020, a OMS trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial.
TIPOS MAIS COMUNS NO AMAZONAS
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer será a principal causa de morte no mundo até 2030, depois das doenças cardiovasculares. A OMS também alertou que, se não houver ações de saúde pública nos próximos anos, o número de casos de câncer pode aumentar em 50%.
No Brasil, os tipos de câncer mais comuns entre as mulheres são mama e colo de útero, seguidos por cólon e reto, traqueia, brônquio e pulmão, e estômago.
No Amazonas, os tipos de câncer mais comuns são colo do útero, próstata, mama, estômago, pulmão e intestino.
CÂNCER DE MAMA É O MAIS TEMIDO PELAS MULHERES
O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. E dos 467.440 novos casos de câncer com previsão de serem diagnosticados em 2005, o câncer de mama foi o segundo mais incidente entre a população feminina, sendo responsável por 49.470 novos.
SINTOMAS
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
FATORES DE RISCO
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.
Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.
DETECÇÃO PRECOCE
As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a mamografia.
O EXAME CLÍNICO DAS MAMAS (ECM)
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama.
A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 e entre 71% a 84% nas que estão entre 40 e 49 anos.
A MAMOGRAFIA
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros).
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável.
Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento.
A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, depois de sete a nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.
O AUTO-EXAME DAS MAMAS
O INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
As evidências científicas sugerem que o auto-exame das mamas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, o auto-exame das mamas traz consigo consequências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos.
Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade.
AS RECOMENDAÇÕES DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
Em Novembro de 2003, foi realizada a “Oficina de Trabalho para Elaboração de Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama”, organizada pelo Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer e da Área Técnica da Saúde da Mulher, com o apoio das Sociedades Científicas afins e participação de gestores estaduais, ONG’s e OG’s.
A partir dessa Oficina foi desenvolvido um Documento de Consenso para Controle do Câncer de Mama, publicado em 2004, que contém as principais recomendações técnicas referentes à detecção precoce, ao tratamento e aos cuidados paliativos em câncer de mama, no Brasil.
Fonte: Ministério da Saúde; Organização Mundial de Saúde; Instituto e Redação.