As considerações duras do ministro Falcão, ao final do julgamento que começou de manhã e só acabou no final da tarde desta segunda-feira, 20, pode ter dificultado ainda mais a reeleição do governador Wilson Lima.
“Considero que a denúncia é apta e existe justa causa para prosseguimento do processo criminal contra o governador Wilson de Miranda Lima como partícipe no processo criminal,como partícipe pelos crimes de dispensa de licitação sem a observância das formalidades legais, fraude em licitação, aumento abusivo de preço com base no artigo 96 da lei 8666, peculato artigo 312 do código penal. Também entendo que Wilson Miranda Lima está em curso nos delitos de partícipe de organização criminosa”, sustentou o ministro ao justificar o voto que transformou o governador do Amazonas em réu.
Antônio Nabor Bulhões, advogado de Wilson Lima, argumentou que a denúncia contra o governador do Amazonas eram “abusivas” por parte da subprocuradora Lindora Araújo, mas não conseguiu converncer o colegiado que votou pela continuação do processo e viu claras evidencias de envolvimento do governador no caso da compra dos respiradores na loja de vinhos durante a fase crítica da pandemia do Covid-19 no Amazonas.
ENTENDA O CASO
O governador Wilson Lima começou a ser investigado ano passado pela Polícia Federal, junto comoutras 12 pessoas, entre eles, os secretario de saude Simone Papaiz e Marclus Campelo, presos em seguida, junto a outros sispeitos.
Numa das fazes da operação da PF, as investigações atingiram a contratação, sem licitação do Hospital Nilton Lins, sob suspeita de sobrepreço, no valor de R$ 2,6 milhões por apenas três meses de utilização. Antes do controle da pandemia, o hospital foi fechado.
OPERAÇÃO SANGRIA
Ja havia a investigação sobre a compra de respiradores em uma loja de vinhos. O caso levantou suspeitas e a PGR abriu investigação, o que resultou na prisão de vários envolvidos e mandados de busca e apreensão na sede do governo e na casa do governador.