João Pedro inscreveu sua pré-candidatura ao governo pelo PT porque é um direito de qualquer filiado ao partido. Cumprindo as regras da democracia interna qualquer filiado pode apresentar seu nome ao encontro estadual.
A candidatura própria de um partido ao governo, sendo o PT ou não, faz parte da natureza política do partido: disputar o poder. Quem negar essa possibilidade – a do poder – não está dentro do jogo coletivo. É gente que só pensa em se dar bem, fazendo da sigla partidária um negócio.
As forças de esquerda do PT e seus militantes históricos mais aguerridos sempre defenderam candidatura própria. A razão é simples: partido tem que disputar o poder, com seus quadros e seu programa. Se não fizer isso, é só uma sigla de aluguel.
O anseio de candidatura própria é legítimo. Quem o defende está dentro da construção partidária.
João Pedro é um quadro ético e histórico do PT e da esquerda amazonense. A disposição de seu nome para disputa ao governo honra a luta social e política dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda.
Se no processo político o PT decidir que não terá candidatura própria ao governo no Amazonas também será legítimo. Mas isso pode acontecer em julho, no encontro estadual. Querer combater a candidatura do João Pedro neste momento é um serviço ao poder vigente. Coisa de bajulador e vendilhão.
A opção da candidatura própria do PT apresentada por militantes faz parte da estratégia de criar um palanque para Lula no Amazonas. Até agora todos os candidatos são do campo da direita bolsonarista. Se lá na frente o PT decidir por uma candidatura fora do partido para ajudar na vitória de Lula, João Pedro e toda militância partidária estarão coesos.
Pela manifestação grosseira de alguns veículos de comunicação e de dirigentes do PT entendi, em comum acordo com militantes do partido, ser necessário fazer esses esclarecimentos.
Concluo dizendo que quando um projeto político incomoda o poder da direita e de seus bajuladores já cumprimos nossa missão.
Tenho dito.
Lúcio Carril
Sociólogo