O novo secretário de segurança, o general do Exército, Carlos Alberto Mansur, terá muito trabalho para devolver o controle da cidade e dos municípios ao estado. Facções e o crime organizado tomaram a cidade e já estão fincados na maioria dos municípios do Amazonas, impondo a própria lei e subjugando a população.
Prova disso foi o ataque planejado ocorrido entre os dias 6 e 8 de Maio por toda a cidade e alguns municípios do interior, quando atearam fogo em viaturas da polícia, ônibus do transporte público, prédios e logradouros públicos.
A população está acuada e é a principal vítima da violência imposta pelas facções criminosas, ligadas ao narcotráfico.
Nos últimos oito anos, a violência aumentou consideravelmente e o estado parece que ficou omisso diante da ação planejada das facções. Os crimes de esquartejamento, espancamento pelo denominado ‘tribunal do crime’ se tornaram comuns na capital e no interior.
ATUAL GOVERNO
A violência em Manaus e alguns municípios se tornou mais evidente nos últimos três anos, quando as facções foram rachadas e novas lideranças surgiram, impondo o horror com crimes cruéis que assustaram a população.
POLICIAIS ENVOLVIDOS
A corrupção parece ter atingido em cheio as forças de segurança. Um delegado do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública foi preso, junto a outros policiais, suspeitos do desvio de 16 quilos de ouro, em operações forjadas.
Se a inteligência da SSP está envolvida em crimes, o general Alberto Mansur terá muito trabalho para identificar e limpar a banda ‘podre’ da instituição policial.
ACORDOS ESCUSOS
Na época do ex-governador José Melo, preso e destituído do governo por suspeita de envolvimento no desvio de milhões da saúde pública, na denominada Operação Maus Caminhos, falava-se de ‘acordos’ escusos entre o governo e as lideranças de facções, para evitar ‘lombrar’ o sistema prisional e até para garantir votos das famílias dos apenados ao ex-governador.
Em pouco mais de cinco anos, as facções praticamente tomaram a cidade e a dividiram inclusive com sinais (CV), (FDN) e (PCC), em muros e até casas em toda a periferia de Manaus. Na maioria dos municípios as facções também dividiram bairros e áreas da cidade, onde controlariam quem entra e quem sai.
POPULAÇÃO
No meio da inércia do governo e desestrutura das forças policiais do estado, a população paga o preço sem poder fazer nada. Existe a ‘lei do silêncio’ imposta pelos criminosos que obriga os moradores a não passar informações sobre integrantes das facções.
O medo e opressão invadiu a vida de cidadãos trabalhadores que não podem fazer nada para mudar a situação e também não conseguem o apoio das autoridades policiais.