A futura primeira-dama do Brasil será uma socióloga: Rosângela Lula da Silva ou simplesmente Janja.
Vi sua entrevista no fantástico. Vi e gostei. Gostei com o olhar de sociólogo que sou. Vi uma sociologia moderna na Janja, sem academicismo, sem pedantismo, mas com um olhar para as coisas do mundo.
Sim. Cabe ao sociólogo e à socióloga desenvolver uma sociologia crítica das coisas que vive e que vê. A partir daí é sua consciência que toma conta. Pode ficar nas hipóteses ou pode partir para a antítese. É uma questão de escolha; uma escolha ideológica.
Janja militou no movimento estudantil, se filiou ao PT com 17 anos, ajudou a combater a ditadura e lutou pela redemocratização. Fez isto com a intrepidez e a ousadia típicas da idade. Viveu a luta no momento certo e soube avançar.
Janja se fez socióloga na luta e na vida profissional. Partiu para trabalhar com meio ambiente e com as populações que preservam a natureza. Aproveitou o caminho da vida para se tornar gente e fazer uma sociologia humanista.
Ela faz a sociologia do olhar e do abraço, do desespero e da solidariedade, do paralelepípedo e da resistência, do banzeiro das águas, ouve a voz da floresta e da história. É nesta sociologia que a vida está. É aí que tem oxigênio. Não há objeto; há gente.
A sociologia tem que carregar sentimento. Não existe mais racionalidade sem paixão. Tem que caminhar juntas, irmanadas, coesas, olhando nos olhos do outro com amor e vontade de torná-lo feliz. É desta sociologia que o mundo precisa.
Se a socióloga vai ressignificar a função de primeira-dama? Não. Teremos uma mulher socióloga ao lado do presidente operário, um casal que vai ressignificar o Brasil, junto a 215 milhões de brasileiros e brasileiras.
Um Brasil sem fome, com inclusão social, desenvolvido e justo, com apoio à cultura e uma educação libertadora já será um país ressignificado.
Estamos juntos.
Lúcio Carril
Sociólogo