Essa excrescência chamada escola cívico-militar não tem sequer relação com modelos liberais de ensino.
Trata-se de uma exacerbação da educação bancária amalgamada com disciplina militar e total ausência de formação humanística.
Não forma cidadãos e cidadãs e reproduz um sistema hierárquico de obediência e repressão.
Essas escolas não seguem um modelo pedagógico. Os alunos são tratados como objetos de depósito de conteúdos, sem que tenham direito a fazer qualquer questionamento crítico.
Os diretores dessas escolas não têm formação pedagógica. São oficiais da polícia militar, que foram treinados para trabalhar com a segurança da população. Normalmente, são grosseiros e sem a menor civilidade.
As crianças e adolescentes têm que se dirigir a qualquer funcionário pelo nome completo (imagine você toda vez que se dirigir a um funcionário ter que falar: senhor João Pereira da Fonseca e Silva. A garotada prefere não perguntar nada), sob pena de punição, como se estivessem num quartel.
Não há interação ou relação pedagógica aluno/professor/direção/agentes administrativos.
Casos de assédio moral e sexual já foram registrados, assim como agressão de militares a professores civis, numa reprodução do abuso hierárquico que existe dentro dos quartéis.
O Ministério da Educação está certo em não dispor de um centavo para esse projeto de adestramento de crianças e jovens. Isso é uma marmota da direita brasileira.
Uma marmota que pode custar muito caro para a formação de nossas crianças, já que sufoca sua capacidade criativa.
A educação deve ser libertadora, crítica e formar cidadãos e cidadãs. O mundo da vida e das profissões não suporta mais mentes embotadas.
Lúcio Carril
Sociólogo