Os militares brasileiros formam uma elite incompetente e violenta.
O golpe de 64 foi mais uma empreitada a comprovar tal assertiva. Um pouco mais distante, a Guerra do Paraguai (1865-1870) corrobora essa disposição para corroer o país e massacrar inocentes.
Vejamos os resultados de 21 anos de ditadura.
Em 1984, a inflação era de 223%.
A dívida externa saltou de 3,6 bilhões em 1964 para 93 bilhões em 1984.
O analfabetismo entre pessoas de 10 a 14 anos era de 19% em 1983.
A educação e a cultura foram engessadas pela famigerada Lei de Segurança Nacional, levando o ensino a um processo cruel de distanciamento da realidade e as escolas ao sucateamento.
A corrupção aumentou e escândalos como da Coroa/Brastel e da Transamazônica se tornaram conhecidos da população, mesmo com a imprensa censurada.
Não menos escandalosos foram os atentados no Riocentro e na sede da OAB, matando dona Lídia, servidora da Ordem, e os militares terroristas.
Segundo a Comissão da Verdade, foram 434 pessoas mortas nos porões da ditadura, incluindo cientistas, jornalistas, advogados e outros que ousaram defender a democracia.
Em resumo: só uma mente perversa, que odeia o Brasil e a democracia, é capaz de defender um período tão dramático para o nosso país.
Nada justifica o apoio ou a defesa da ditadura militar. Nem mesmo os ignorantes de plantão têm esse direito. Negar a tortura e os crimes militares é tão nefasto quanto os atos em si.
Ignorância não pode ser sinônimo de perversidade.
A democracia brasileira só estará livre de ameaças golpistas quando os militares cumprirem a constituição federal e se limitarem aos quartéis e à defesa territorial do país.
No outro campo, a sociedade civil precisa se fortalecer e garantir que nosso sistema político avance na perspectiva democrática.
Com esses dois direcionamentos, conseguiremos construir uma história da democracia no Brasil.
Ditadura nunca mais.
Lúcio Carril
Sociólogo