Como domingo é dia dos pais, vou me referir ao papel da figura masculina no convívio e na educação dos filhos e filhas.
Não quero repetir o óbvio, nem fazer dessas linhas um traçado das idiossincrasias paternas. Quero mesmo é falar da disfunção de ser pai, uma anomia social.
Como pode um pai envolver seu filho no crime? Isso é monstruoso, contra a natureza humana. O normal é a proteção, o apego, a possibilidade da boa existência.
Como pode um pai falar que ter uma filha foi uma “fraquejada”? Isso é traumatizante, hediondo e inumano. O sexo não torna um ser melhor do que o outro. O normal é amar o filho, a filha, abraçá-los.
Como pode um pai dizer que seu filho foi bem educado e que por isso jamais se casaria com uma mulher negra? Estimular o racismo não é papel de pai, e de ser humano algum. Essa prática cria filhos desumanos, ruins e facínoras.
Como pode um pai fazer discurso contra a ciência e o conhecimento? Que orientação pretende que seu filho siga, já que a descoberta é uma busca do ser humano?
Não é possível que quem cometa tamanhas atrocidades tenha algum sentimento de pai, de proteção das suas crias.
Quando um homem perde sua natureza paterna também perde sua humanidade. Deixa de ser gente. Passa a ser somente massa e células, sem cultura, sem sentimento.
Ter filhos e filhas nos faz bem, nos torna mais humano, mais afável. É bom tê-los no nosso colo, nos nossos braços, no nosso coração.
Quando um pai não se torna pai, seu filho tende a carregar na alma traumas incuráveis, guardando ódio e amargura.
Desejo de coração que sejamos pais o tempo todo. Que nossos filhos e filhas aprendam com nosso exemplo a ética, o amor, a solidariedade e o respeito.
Lúcio Carril
Sociólogo