Aqui no Brasil, todo cidadão ou cidadã tem uma opinião sobre o PT, seja a favor ou contra.
E por que isso?
Ora, o Partido dos Trabalhadores não é uma organização qualquer. Ele se fez alternativo, crítico, incômodo, diferente.
Há 44 anos, nascia o PT, pelos braços do Lula e de um grupo de trabalhadores, intelectuais, gente da igreja católica.
Não foi um partido criado ou pensado em gabinetes. Ele nasceu da luta operária do ABC paulista, do chão de fábrica, da teologia da libertação, da luta contra a ditadura militar.
Com essa origem, o PT só podia causar horror para a elite reacionária brasileira, um segmento social e econômico com raízes profundas no atraso, no golpismo e na opressão de classe.
O Partido dos Trabalhadores se construiu como alternativa de esquerda.
Diferente dos partidos comunistas, que se orientam pelo marxismo-leninismo, o PT reúne um universo de tendências polêmicas, diversas, com orientações ideológicas diferenciadas, que se embatem na democracia interna do partido, cujo estatuto assegura sua existência, voz e voto.
Isso incomoda muita gente e grupos políticos, inclusive de esquerda, que cresceram na esteira do pensamento único, na ditadura do proletariado e na homogeneidade cultural.
Para alguns, o PT é um “balaio de gatos”.
Pode até ser, já que os felinos são seres perspicazes, atentos e com forte olhar noturno.
O PT completa 44 anos neste dia 10 de fevereiro. São mais de quatro décadas criando incômodo para os reacionários, fascistas, racistas, preconceituosos.
O partido não é um quadro perfeito, mas está sendo pintado com as cores do Brasil, do pluralismo, da diversidade e do socialismo democrático.
Não sei como será daqui pra frente, mas quem nasceu para incomodar não ficará na sombra. Sob as luzes do verão e com o olhar para as flores da primavera, o PT resiste com força e ternura.
Ninguém será capaz de amedrontar um partido que tem uma militância como a petista. São chatos, inquietos, polêmicos, intrépidos, gente do povo, que tem “a pele curtida e o coração moderado”. É a alma materializada do PT.
Viva o Partido dos Trabalhadores!
Lúcio Carril
Sociólogo