Pensei em começar esta mensagem falando não. Pensei um pouquinho mais no que deve orientar um texto de fim de ano, por mais que ele não tenha essa intenção piegas. Não posso falar no não; e a exceção é o não ao não.
Quero fala da vida, mas não vou falar do sim. Abro exceção para dizer não ao sim. Quando penso em falar da vida, penso numa construção sem sim e sem não, mas numa vida que se construa na reflexão e em todas possibilidades do amor e da ternura.
Quero falar da vida como quem fala da utopia possível, do desejo sem repressão, do amor possível e impossível, da possibilidade sem impossibilidade, da vida que podemos construir na desconstrução.
A vida não é uma determinação biológica, como querem uns poucos. A vida é uma construção cultural, feita de desafios e de sonhos. Viver é mais que respirar; é abraçar, olhar e respeitar o outro como ele é na sua existência. O outro não é o eu e o eu só cresce se olhar o outro como outro.
A vida tem muitas dimensões e perspectivas, mas precisa fazer sua caminhada rumo ao sol e aos jardins que dele florescem.
Lúcio Carril
Sociólogo