Tem muita gente me perguntando sobre minhas postagens de indignação com o Lula em relação à Venezuela. Sim, estou indignado com esse desvio de posição e de postura dele. Não é possível que ele não perceba o que está acontecendo no mundo.
Estamos vivendo o momento histórico mais importante depois da segunda guerra, com o declínio dos Estados Unidos como única potência econômica mundial.
Caminhamos agora para um mundo multipolar, o que pode dar um maior equilíbrio nas relações internacionais.
O velho xerife está desesperado, bancando a guerra da Ucrânia, o genocídio do povo palestino e atacando países que têm alguma riqueza para ser saqueada.
Sua derrota é inevitável. A China já vem assumindo protagonismo e, segundo previsões, em 2030 será a maior economia do mundo.
Essa perspectiva está levando o Tio Sam ao desespero.
O foco dos Estados Unidos na Venezuela é o petróleo. Os ianques precisam saquear a maior reserva de petróleo do mundo para tentar superar a recessão pela qual passa o país e ganhar uma sobrevida como império.
O que vem me chamando a atenção é o Lula se alinhar com um império em declínio e fortalecer a política intervencionista e imperialista dos Estados Unidos, logo agora que a correlação de força internacional aponta para uma mudança.
Ou o Lula está se abestalhando ou está mudando de lado. Mas justo agora, quando os BRICs podem ter um grande protagonismo mundial?
Entre EUA e Venezuela, temos sempre que ser Venezuela. Nosso aliado histórico é o bolivarianismo, assim como nosso algoz é o imperialismo ianque.
Se alinhar com os Estados Unidos é de uma estupidez sem tamanho. Ninguém abraça um inimigo quando ele está caindo. Se o fizer, cairá junto.
Lula tem que fortalecer os BRICs e a América do Sul. Sua busca para se tornar líder mundial tem que ser focada na nova ordem e no fortalecimento dos países em ascensão.
Agradar os americanos do norte é muito feio e extemporâneo.
Lúcio Carril
Sociólogo