Essa semana voltou a velha polêmica sobre a Castanha: do Pará, do Brasil ou da Amazônia? Qual é o nome do fruto que tem o Amazonas como maior produtor?
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
Amazonas foi o maior produtor de castanha do Brasil desde 2016, com uma produção anual de 14.303 toneladas. O segundo estado produtor é o Acre com 9.145 toneladas e o terceiro lugar em produção é o Pará com. 8.807 toneladas.
A tão propalada polêmica que visualizou nas redes sociais sobre o nome do produto despertou muito debates e versões sobre a origem do nome e os por quê, mas, na minha opinião, o que precisamos mesmo é aproveitar esse momento para debater o fortalecimento da cadeia produtiva da castanha no Amazonas e na Amazônia.
Temos produção, temos extrativistas, temos várias agroindústrias (paradas e endividadas), que precisam fazer a renegociação das dívidas na AFEAM, BASA, BB que ‘induziram” as cooperativas e associações a acessarem o crédito e depois não conseguiram pagar e agora estão fechadas e sem atender seu público que são os extrativistas de castanha.
O nome da Castanha pode ser do Brasil, do Pará ou da Amazônia, mas sabemos que na prática na região norte o fruto é conhecido somente como castanha, sem necessidade de nenhum nome complementar, mas prefiro que seja *Castanha da Amazônia* pelo valor simbólico político e comercial, todos os produtos que carregam consigo o nome de AMAZÔNIA tem um enorme valor agregado.
Mas, enquanto estamos debatendo nas redes sociais qual o verdadeiro nome da Castanha, temos um milhares de extrativistas castanheiros em baixo das árvores coletando os ouriços, cortando com terçado (por não ter outra tecnologia), carregando o paneiro nas costas por longos caminhos, vendendo para os comerciantes locais ou atravessadores com preço baixíssimo ou entregando para algumas cooperativas ou associações que ainda resistiram.
Portanto, a nossa pauta é pelo resgate da cadeia produtiva da castanha no Amazonas e na Amazônia, pensando a integração de todos os elos da produção a comercialização. Precisamos gerar renda para nossos castanheiros, extrativistas e agricultores e Agricultoras familiares .
*Altemir Viana*
Sociólogo