A morte do funcionário da empresa Águas de Manaus, no último dia 17, em pleno trabalho, mostra a real situação da insegurança no Amazonas. O governo parece ter perdido o controle da situação e as forças de segurança, com efetivo defasado, se desdobra para conter a extrema onda de violência que atinge trabalhadores, estudantes, donas de casa e até integrantes das forças de segurança do estado.
A violência está em todos os cantos da cidade, nos municípios, a toda hora e não há mais lugar seguro em Manaus.
Pontos de ônibus, dentro dos transportes coletivos, em aplicativos, carros particulares, lojas, shoppings, parque de diversões, condomínios e praças agora são lugares comuns para a ação de assaltantes.
Violência só comparada as grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, comerciantes ouvidos pela reportagem já acreditam que só uma intervenção federal na segurança pública poderia amenizar a violência no Amazonas.
“Não suportamos mais tanta violência. Não podemos trabalhar sossegados. Vivemos com medo de abrir o comércio e acabarmos mortos no final do expediente. Já pensei em fechar tudo e sair de Manaus. A situação está incontrolável”, dispara um comerciante da zona Leste da capital, uma das mais violentas.
Outro na zona Sul, diz que somente uma intervenção federal poderia resolver o problema. “Acredito que o governo perdeu controle. Estamos vivendo dias terríveis, perigosos. Ninguém mais está seguro. Os bandidos fazem o que bem entendem”, diz.
FACÇÕES E A VIOLÊNCIA
As autoridades policiais do estado não conseguem conter a onda de violência imposta pelas facções criminosas que já dominam grande parte da cidade, dividindo áreas de controle do narcotráfico.
A partir do domínio territorial, integrantes de facções controlam praticamente tudo e impõem regras, como toque de recolher, em determinados dias, cobrança de pedágio e ainda estariam vendendo ‘segurança’ aos moradores que são obrigados a pagar ‘taxas’ de R$ 5,00 a R$ 10,00 a supostos ‘agentes’ de segurança que fazem ‘ronda’ em motocicletas.
A denúncia foi feita por uma moradora que pediu para não ter o nome divulgado, por medo de represália. Ela tem razão. Quando descobrem que alguém está fazendo denúncia de membros das facções ou de ‘serviços’ irregulares, o denunciante, chamado de “X-9”, é sequestrado e levado ao ‘tribunal do crime’, onde é torturado e algumas vezes executado para servir de exemplo.
SEM PLANO DE SEGURANÇA
O governo não expôs até hoje um plano de segurança, após três anos de administração e o resultado é o aumento da violência que além de prejudicar a população local, assusta o turista e afeta a economia do estado.
VIOLÊNCIA NOS MUNICÍPIOS
Sem resistência, as facções invadem os municípios do Amazonas e elevam os índices de violência em todas as áreas. Parintins, Manacapuru, Itacoatiara, Tefé, Coari, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo entre outros, são exemplos da situação caótica da violência imposta pelas facções.
O OUTRO LADO
A reportagem do portal não procurou a assessoria do governo, porque um integrante da secretaria de comunicação (Secom), simplesmente removeu do mailing do governo as informações ao portal.