A partida do histórico compositor do boi Caprichoso, Raimundinho Dutra, que completaria 95 anos no próximo dia 15 de Maio, falecido no último domingo, dia 4, está sendo realizado em sua casa, no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus. O sepultamento ocorre nesta terça-feira, 6,no Cemitério São João Batista, na capital do Amazonas.
Raimundinho era amigo pessoal e conselheiro do também respeitado compositor e cantor Chico da Silva. Ele escreveu seu nome na história do boi bumbá Caprichoso.
Padrinho do advogado Ednilson Pimentel, conterrâneo de Parintins, Raimundinho Dutra deixa viúva Arlete Dutra com quem foi casado por 72 anos, além de 14 filhos, nove mulheres e cinco homens.
Raimundo Nonato de Jesus Dutra, conhecido como Raimundinho Dutra, foi muito celebrado pelo público azul e branco. A despedida do grande compositor comoveu os moradores de parintins e até os torcedores do boi contrário.
BALANCEOU, BALANCEOU
Aos 14 anos, Raimundinho Dutra deu iniciou de uma tragetória de sucesso ao emplacar suas obras na cultura do festival de Parintins. A toada “Balanceou, Balanceou”, é uma das toadas consideradas ‘revolucionárias’, com uma pegada mais cadenciada.
Sereia, Areia Branca, Meu cântido de Guerra e Solo Amado foram algumas das toadas de autoria de Raimundinho Dutra que levaram a grandes vitórias do Caprichoso. A última composição do artista foi a toada “Parintins Caprichoso”, em 2003, de grande sucesso como as outras que compôs.
O artista também era conhecido por suas letras poéticas e melodias que exaltavam a cultura amazônica. Lendas, religiosidade e o cotidiano caboclo de Parintins faziam parte do acervo musical e fonte de inspiração para a composição das toadas do boi azul.
Raimundinho Dutra foi servidor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por onde foi aposetado.
Apaixonado pelo boi Caprichoso, o artista recebeu justa homenagem do boi que mais amava.