Alinhada ao governo federal, a Federação dos Pescadores, representante legal e legítima da categoria, anunciou na manhã desta segunda-feira, 17, crédito aos pescadores de R$200 mil e respectivamente de R$250 mil para investimento ou custeio aos profissionais da pesca.
O anúncio foi feito pelo ex-presidente da Confederação Nacional dos Pescadores Artesanais (CNPA), Walzenir Falcão, atual presidente da Federação dos Pescadores, logo após receber o sinal do governo federal. O próprio presidente Jair Bolsonaro divulgou através de vídeo, a liberação do recurso aos pescadores.
“Começamos o ano de 2022 com esse aporte do governo federal que ajudará muito nesses momentos de crise econômica, por causa da inflação gerada nos três últimos anos de pandemia do Covid-19, porque deve aquecer e gerar emprego e renda aos nossos milhares de pescadores espalhados por todo o Brasil”, disse Falcão.
Segundo Walzenir Falcão, no final do ano passado duas reuniões importantes foram realizadas em Manaus, com presidentes e representantes das Colônias de Pescadores para tratar do seguro-defeso e outras demandas.
ENTENDA COMO FUNCIONA AS NOVAS LINHAS DE CRÉDITOS
As novas linhas de crédito da CEF, destinadas a Pescadores artesanais que fazem parte do Pronaf -Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar foi comemorado pelo presidente da Fepesca- Federação dos Pescadores do Amazonas, Walzenir Falcão.
Com taxas de juros a partir de 3% ao ano, será possível contratar até CR$ 250 mil reais para financiar despesas relacionadas a captura do pescado e reforma de embarcações, compra de equipamentos de pesca como redes, motores de popa e custeio como um todo para barcos.
Para investimento, o pescador pode contratar até 200 mil reais. Segundo o governo o objetivo é contribuir para o desenvolvimento da economia nas regiões próximas a costa, rios e lagos.
TERMINAIS PESQUEIROS
Por outro lado, Walzenir Falcão se mostrou contrário ao anúncio do lançamento do edital para a concessão de sete terminais pesqueiros públicos em cidades das regiões norte, nordeste e sudeste do país.
Ele disse que a medida prejudica o embarque e desembarque do pescado “porque até hoje o terminal pesqueiro de Manaus que era para ser construído só saiu a parte civil sem a conclusão da parte industrial de frios e recepção e industrialização.”
“A medida demostra falta de interesse do governo federal liderado pelo Ministério da Agricultura, através da Secretaria de Aquicultura e Pesca -SAP, criando assim um desmonte na organização do porto de desembarque de pescado na cidade de Manaus. A privatização só vai atender aos interesses das empresas que vão ditar as regras para a compra do pescado”, enfatizou o presidente da CNPA.
MEDIDA NEGATIVA SOBRARÁ PARA O CONSUMIDOR
Walzenir disse ainda que essa medida vai prejudicar o setor uma vez que não haverá o porto de desembarque para a comercialização direta aos feirantes, pois eles não terão acesso para realizar suas compras diretas com os pescadores daí recaindo os custos para o consumidor final.
“A privatização do Terminal pesqueiro sem consultar o segmento da pesca no estado foi um ato ditatorial do secretário de pesca, Jorge Seif”, acusa Walzenir.
Falcão lembra que foi uma reivindicação dele como presidente da CNPA junto ao governo Lula que incluiu o terminal pesqueiro de Manaus.
Walzenir foi também o principal responsável para a implementação dessa linha de crédito junto à Caixa Econômica quando esteve à frente da CNPA.
“Não foi fácil passar pelos governos de Dilma e Temer até chegar agora no governo de Bolsonaro para sermos atendidos”, disse falcão ao relembrar as idas e vindas aos diretores da CEF em busca de apoio para os pescadores.
Finalmente ele conclamou aos presidentes de colônias de pescadores a se unirem em prol do crescimento da categoria, e assim, avançar nas conquistas para os setores da pesca e aquicultura.