Considerado um ícone e patrimônio artístico do boi da Baixa do São José, Fred Goes fala sobre a decisão de se candidatar à presidência do Garantido que terá eleição este ano. Veja nesta entrevista o que pensa o candidato e como ele pretende fazer as mudanças necessárias para colocar o Boi mais campeão do Festival de Parintins, nos eixos novamente. Uma das plataformas de sua campanha é a administração com transparência. Na chapa “Meu Amor é o Garantido”, faz dupla com Messias Albuquerque. Veja entrevista completa:
PORTAL : O que está ocorrendo com as últimas administrações do Boi Garantido? O que você acha que precisar ser feito para o boi da baixa do São José voltar ao topo?
FRED GOES: “É preciso retomar o caminho natural do Boi Garantido. O boi vem de um processo de um aperfeiçoamento artístico, vinha evoluindo artisticamente, nós tínhamos problemas administrativos, mas o boi, mesmo com esses problemas administrativos, caminhou muito bem em termos artísticos. De 1999 até 2014, foram 16 anos, o resultado foram onze títulos”.
PORTAL: O que houve nesse período, antes e pós- pandemia do Covid-19 que levou o garantido a essa situação?. Até ameaça de não disputar o festival deste ano foi cogitado pela diretoria?
FRED GOES: “Na verdade, a partir de 2015, começa um desmonte da comissão de arte, junto ao desmonte, vem o processo de perder artistas, como os soldadores e outros artistas foram parara em outros estados e muitos estão morando em outros estados. Exemplo são os soldadores de ponta, os especializados, preferiam abrir oficinas, porque a administração achatou muito os salários desses profissionais. Acabou se refletindo na fragilidade visível, embora tenha sido pouco diferença de nota este ano, mas o boi estava fragilizado artisticamente”.
PORTAL: Você acredita que a perda dos artistas e outros profissionais , refletiu no desempenho do Garantido nos últimos festivais?
FRED GOES: “Nas últimas três diretorias para cá, pós-pandemia, em sete anos, o boi fez dois títulos. É muito pouco. O boi está fragilizado. Claro que os dois bois evoluíram, avançaram, mas nós tivemos um retrocesso muito grande. Minha intenção é trazer de volta o pessoal que foi expurgado do boi Garantido, aqueles que sabem realmente fazer o boi e reconstruir o Garantido, no sentido de juntar todas as cabeças pensantes do boi”.
PORTAL: Tanto o Garantido quanto o boi contrário tiveram problemas administrativos sérios, ao ponto de perder as sedes por não honrar direitos trabalhistas e muitas denúncias de desvios de finalidades. Como você pretende resolver isso?
FRED GOES: “Eu sou do tempo ainda que era praxe de qualquer administração, de qualquer empresa, fazer uma convocação para discutir possibilidades, soluções, mas ao contrário, a administração que estava ai nunca fez isso. As dívidas vão se somando, ninguém sabe de que forma elas existem ou como foi adquirida. É preciso mais transparência. Não podemos mais continuar porque os recursos, temos que provar no que foi gasto e comprovar isso, através de um portal de transparência, por exemplo. Para mim, a principal finalidade do festival é promover o grande espetáculo para o qual vem estes recursos. Tem que ser investido nas obras de arte nos três dias do festival. Você não pode desviar recursos, porque se você desviar, vai fazer falta para o principal que é o produto artístico”.
PORTAL: Sobre a sua experiência para administrar o boi Garantido. O que você tem a falar aos sócios para convencê-los a votar em você nas próximas eleições?
FRED GOES: Desde 1999 até 2014, quem fez o orçamento do boi não foi diretoria, foi a comissão de arte, uma vez que eles quem sabem o que precisa para fazer o espetáculo do boi.