Ao receber a medalha de prata no arremesso de peso feminino na Olimpíada de Tóquio, no domingo (1), a atleta americana Raven Saunders fez um gesto de protesto, cruzando os braços acima da cabeça. Saunders, que é negra e lésbica, disse que o símbolo representa o “cruzamento onde todas as pessoas oprimidas se encontram”.
“Grito para todos os meus negros. Grito para toda a minha comunidade LGBTI. Grito para todo o meu povo que lida com saúde mental (…) Não importa em quantas caixas tentem te encaixar, você pode ser você”, Raven Saunders, atleta americana de arremesso de peso, após receber a prata na Olimpíada de Tóquio.
Conhecida como “Mulher Hulk”, a atleta também comentou sobre seus problemas de saúde mental e sua luta contra a depressão. “Se não fosse por uma mensagem de texto que enviei para um antigo terapeuta, eu não estaria aqui. (…) Eu me sinto incrível, porque sei que vou inspirar muitas pessoas, tantas meninas, meninos, pessoas LGBTI, pessoas que lutaram contra o suicídio. Tantos que teriam quase desistido”, afirmou.
Em julho de 2021, o COI (Comitê Olímpico Internacional) suavizou sua Regra 50, que impedia aos atletas qualquer tipo de protesto. Agora a regra permite que eles façam gestos em campo, contanto que o façam sem atrapalhar o evento e com respeito pelos outros competidores. Mas a ameaça de sanções permanece para quaisquer protestos feitos no pódio durante a cerimônia de entrega de medalhas.
O COI afirmou que está avaliando o gesto de Saunders. Em comunicado à agência de notícias Reuters, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA disse ter realizado sua própria análise, determinando que “a expressão pacífica em apoio à justiça racial e social que aconteceu na conclusão da cerimônia foi respeitosa com seus concorrentes e não violou nossas regras relacionadas a manifestações”.
Fonte: Nexo